sábado, 17 de setembro de 2016

O passado

"O passado não ter acontecido. Isso é impossível. Hipoteticamente até poderíamos apagar o nosso passado, talvez com algum tipo de magia ou ciência futura, mas verdade seja dita: O que aconteceu pode até ser esquecido, mas existiu em algum momento, em algum lugar...
E sempre estará lá.
Estou aqui na casa da minha avó, remexendo em livros antigos, como Dom Casmurro, Histórias da Turma, Barsa 1994 e até: Como Criar os Seus Filhos. Será que a vó Marina leu esse livro em 1960?
Se sim, com certeza seu conteúdo possui uma fórmula mágica porque ela conseguiu vencer todos os desafios que uma mãe poderia ter.
Encontrei meu Caderno de Poemas que continham dois recadinhos que, com certeza faziam sentido na época:
"Má, depois do dia 13/01/01 ore por mim viu?" Helena.
"Marina, Eu te adoro e vou ter que te aturar até o fim da minha vida." Prima Naty.
O Primeiro Poema do Caderno:
"Para todos: a melhor definição do amor não vale um beijo!" Machado de Assis.
Com certeza eu não acreditava em amor naquela época, tão somente na amizade e o que não falta nesse caderno é poema com sexualidade implícita ou possíbilidade de vários amores, como:
"Você passou dos limites! Eu gostei". Alessandra de Paula Silva
"Ame um ou vários, mas nunca deixe de amar." Autor Desconhecido.
O último poema, escrito a lápis, autoria de Bob Marley.
Eu não quero que meu passado seja apagado. Se me arrependo das coisas que fiz ou que não fiz?
Sim, em algum momento eu poderia ter sido menos chata, menos egoísta, enfim, às vezes me deparo com aquela garotinha de catorze anos do caderno de Poemas e percebo que nem hoje posso compreendê-la.
Às vezes me pergunto por que ela gostava de enfrentar tudo sozinha até de estar sempre sozinha, de falar tudo o que queria sem se importar se alguém seria magoado e, além disso, pensava que ninguém era insubstituível.
Em 2001 ela teve que aprender que a vida não funciona dessa maneira, as pessoas que amamos, por vezes sem perceber, são sim insubstituíveis.
De qualquer forma tudo o que aconteceu contribuiu para que eu fosse feliz hoje e aprendesse a aproveitar todos os momentos que temos com as pessoas que amamos, porque não raras vezes, não há tempo nem para uma despedida.
07/08/2011"

Escrito por Marina Marques Simão, 31 anos.

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